segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

O brasileiro do Google Buzz

Hugo Barra é um dos criadores do novo serviço

domingo, 14 de fevereiro de 2010 18:29
por
Rafael Cabral

Nada de Vale do Silício. Um dos idealizadores do Buzz nasceu aqui pertinho, em Minas Gerais. Diretor de produtos móveis do Google desde 2008, o engenheiro Hugo Barra foi um dos responsáveis pelo nascimento da rede social integrada ao Gmail – que pode deixá-lo, segundo o blog Search Engine Land, por causa de questões de privacidade.

 

De Londres, Hugo comanda uma equipe de desenvolvedores que se estende do Canadá à Índia e liderou o projeto móvel com geolocalização do Buzz (já disponível no iPhone e em celulares com Android). Direto da Inglaterra ("e sofrendo com o frio"), ele falou com o Link sobre o mercado de web social.

 

 

Muita gente se perguntou, na semana passada, se precisamos mesmo de outra rede social. Afinal, qual a necessidade que o Buzz vem suprir?
O Gmail é um produto que sempre foi inerentemente social. O Buzz intensifica isso. Você agora pode se comunicar pela sua timeline, por e-mail ou Gtalk, de forma individual ou coletiva. Ao contrário de outras redes sociais, boas em uma coisa ou outra, quisemos conciliar esses vários tipos de conversa e fazer que todas ocorram da melhor maneira.

 

 

Não era essa a proposta do Wave?
É lógico que, parcialmente, nos inspiramos no Wave. No entanto, a função dos dois é diferente. Enquanto o Wave é muito bom para a colaboração entre pessoas que trabalham juntas e são conectadas, o Buzz é mais sobre compartilhamento e conversas. São complementares. Aqui no Google, uso o Wave para trabalhar e o Buzz para bater papo. É algo mais light. 


 
Em que exatamente ele é diferente de outras redes sociais?
Nossa proposta é ajudar o usuário a encontrar aquilo que interessa, usando nossa experiência em buscas e classificação de informações. Com essa explosão das mídias sociais, é impossível se organizar e aproveitar todo o conteúdo. Não há ser humano capaz de digerir isso de forma tranquila. Queremos facilitar o processo de encontrar pessoas e ouvir ideias e recomendações – em que, de outro jeito, você nem prestaria atenção.   

 


Inicialmente, vocês não anunciaram uma integração com o Facebook e nem permitem que se possa twittar do Buzz. Por quê?
Quisemos lançar um produto simples, rapidamente. Com o tempo, vamos ouvir as sugestões dos usuários e, com isso, decidir com quais serviços nos integraremos e de que forma faremos isso. Dois dias depois que o site entrou no ar, já fizemos algumas mudanças, e isso deve continuar. Não estamos descartando conexão com o Facebook ou maior participação do Twitter.

 

 

A intenção com a geolocalização é atrair parte dos 100 milhões de usuários móveis do Facebook? O Buzz compete com quem?
É um caminho estratégico rumo à web em tempo real, junto da busca social, e que facilitará a pesquisa por área e por proximidade de usuários. Quanto a concorrentes, não falamos e nem prestamos atenção neles: nosso interesse é o usuário.

 

 

Não é invasão de privacidade pedir que todos digam onde estão e usar essas informações em um sistema de pesquisa?
Esse tipo de crítica é injustificada. A informação geográfica só é postada se a pessoa autorizar. Nos comprometemos a usar esses detalhes só na nossa busca (que pode ser nos contatos ou em toda a rede). Nos comprometemos com a privacidade. Só depende do usuário. Quem quiser, coloca.

--
Adilson de Almeida Jr
adilson@ideatree.com.br
adilson.almeida@usp.br

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

A tábua das leis não-escritas da internet

A tábua das leis não-escritas da internet

domingo, 3 de janeiro de 2010 18:37
por
Fred Leal

A internet deu origem a pequenas leis involuntárias que regem as discussões – sejam elas via e-mail, fórum ou blog. O jornal inglês Telegraph compilou algumas das principais, que você confere abaixo.

 # LEI DE GODWIN – Resultado de anos de discussões exacerbadas em fóruns e listas de discussão, foi criada por Mike Godwin em 1990 na Usenet, e prevê que "à medida que uma discussão se prolonga, a probabilidade de uma comparação envolvendo nazistas ou Hitler chega a 1".

 

# LEI DE POE – A regra criada por Nathan Poe em 2005 afirma que "sem um emoticon ou outra clara exibição de humor, é impossível criar uma paródia fundamentalista sem que outras pessoas a tomem como verdade". Foi criada em debate sobre criacionismo em um fórum cristão.

 

# REGRA 34 – A Regra 34 revela que "se algo existe, tem pornografia disso" – um tema recorrente na internet, afinal. Entre os exemplos mais comuns estão os hentais (desenhos eróticos japoneses) e os ensaios de Marge Simpson e Jessica Rabbit na Playboy americana.

 

# LEI DE DANTH – Talvez a mais simples e objetiva de todas, dizendo que "se você precisa insistir que venceu uma discussão na internet, é porque você provavelmente perdeu feio".

 

# LEI DE SKITT – "Todo post criado para corrigir erros em outro post também contém um erro", prega a lei criada para criticar a chama os defensores das regras gramaticais. Também pode significar que "a probabilidade de haver um erro em um post é diretamente proporcional ao constrangimento que ele causa".

 

# LEI DE SCOPIE – Criada para contemplar discussões científicas em fóruns, esta lei afirma que "qualquer citação proveniente de fontes não-confiáveis faz com que o argumento seja automaticamente eliminado".

 

# LEI DE POMMER – Bastante irônica, a lei afirma que "a opinião de uma pessoa pode mudar a partir do que ela lê na internet, saindo de nenhuma opinião para chegar em uma opinião errada".

 

# LEI DE DeMYER – São quatro, ao todo, mas a principal delas diz que "todo argumento composto basicamente de citações pode ser tranquilamente ignorado".

 

# LEI DE COHEN – A mais confusa, diz que "quem determina as regras que dizem que 'quem determina as regras perdeu a discussão', perdeu a discussão" – uma meta-lei.

 

# LEI DA EXCLAMAÇÃO – "Quanto maior o número de exclamações em uma mensagem, maior a chance dela ser mentira", diz a lei baseada em Discworld, obra do escritor Terry Pratchett.