Do subprime aos emergentes: qual o próximo alvo das bolhas de liquidez?
Por: Equipe InfoMoney
11/11/09 - 11h40
InfoMoney
SÃO PAULO - Uma sequência de bolhas, causadas pelo excesso de liquidez: assim Patrick Artus, analista do banco francês Natixis, vê os fluxos de capital no mercado internacional nos últimos seis anos.
Liquidez não é negativa, mas seu excesso sim. Combinada a um cenário macroeconômico internacional de subutilização de capacidade, definido por altos níveis de investimento e baixas taxas de ocupação, o resultado é a formação de bolhas nos preços de ativos.
A primeira foi a do mercado imobiliário norte-americano, que ocasionou - e ainda ocasiona - uma crise de proporções históricas tanto nas praças financeiras quanto nas principais economias do mundo. Se a liquidez segue excessiva - tal é a tese de Artus -, é apenas questão de tempo para que uma nova bolha surja. Mas aonde?
Dos EUA aos emergentes
Entre 2003 e 2007, o excesso de liquidez no mundo foi absorvido pelo mercado imobiliário dos EUA. Bancos expandiram a concessão de empréstimos no setor, resultando em uma disparada nos preços dos imóveis. A bolha estourou em 2007 e levou consigo instituições de peso e economias, emergentes e desenvolvidas.
Frente às turbulências, os bancos centrais das economias desenvolvidas reduziram suas taxas básicas de juros a mínimas históricas, ocasionando um forte redirecionamento dos fluxos de capital aos países emergentes. O resultado foi uma expressiva alta nos preços dos ativos em tais mercados.
Os números do Ibovespa confirmam a tese de Artus. O principal índice da bolsa brasileira vem subindo mais de 76% neste ano de 2009, desempenho em muito superior ao registrado nas praças de Wall Street e da Europa.
Soma-se a esta fórmula mais um componente: a atuação dos bancos centrais de países emergentes, que para impedir uma maior depreciação do dólar frente às suas moedas, vem bancando uma acumulação maciça de reservas nacionais. "Tal circulação de capital posiciona a bolha em tais mercados", afirma Artus.
Dos emergentes para aonde?
Desta forma, Artus acredita que, atualmente, a bolha esteja localizada em commodities, ativos e títulos governamentais de países emergentes. Entretanto, o analista prevê um novo reposicionamento, dado "uma constatação de que os valuations em tais mercados estão muito altos".
Outro fator citado por Artus é a de que medidas sejam adotadas por países emergentes para que o ingresso de capitais seja controlado. O Brasil foi o primeiro a tomar tal decisão: em outubro deste ano, o capital estrangeiro aplicado em renda fixa e ações passou a ser taxado em 2% com o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Assim, Artus traça dois possíveis cenários de redirecionamento dos fluxos de capital no mundo. O primeiro prevê uma bolha nos preços de commodities, uma vez que os investidores podem enxergar tal mercado como uma boa forma de se manterem atrelados às economias emergentes.
"Mas se, por sua vez, os preços de commodities também se mostrarem excessivamente altos, os investidores poderão realocar suas posições em direção a títulos mais baratos nos EUA e na Europa, onde uma nova bolha poderia, então, surgir", prevê o analista do banco Natixis.
Liquidez não é negativa, mas seu excesso sim. Combinada a um cenário macroeconômico internacional de subutilização de capacidade, definido por altos níveis de investimento e baixas taxas de ocupação, o resultado é a formação de bolhas nos preços de ativos.
A primeira foi a do mercado imobiliário norte-americano, que ocasionou - e ainda ocasiona - uma crise de proporções históricas tanto nas praças financeiras quanto nas principais economias do mundo. Se a liquidez segue excessiva - tal é a tese de Artus -, é apenas questão de tempo para que uma nova bolha surja. Mas aonde?
Dos EUA aos emergentes
Entre 2003 e 2007, o excesso de liquidez no mundo foi absorvido pelo mercado imobiliário dos EUA. Bancos expandiram a concessão de empréstimos no setor, resultando em uma disparada nos preços dos imóveis. A bolha estourou em 2007 e levou consigo instituições de peso e economias, emergentes e desenvolvidas.
Frente às turbulências, os bancos centrais das economias desenvolvidas reduziram suas taxas básicas de juros a mínimas históricas, ocasionando um forte redirecionamento dos fluxos de capital aos países emergentes. O resultado foi uma expressiva alta nos preços dos ativos em tais mercados.
Os números do Ibovespa confirmam a tese de Artus. O principal índice da bolsa brasileira vem subindo mais de 76% neste ano de 2009, desempenho em muito superior ao registrado nas praças de Wall Street e da Europa.
Soma-se a esta fórmula mais um componente: a atuação dos bancos centrais de países emergentes, que para impedir uma maior depreciação do dólar frente às suas moedas, vem bancando uma acumulação maciça de reservas nacionais. "Tal circulação de capital posiciona a bolha em tais mercados", afirma Artus.
Dos emergentes para aonde?
Desta forma, Artus acredita que, atualmente, a bolha esteja localizada em commodities, ativos e títulos governamentais de países emergentes. Entretanto, o analista prevê um novo reposicionamento, dado "uma constatação de que os valuations em tais mercados estão muito altos".
Outro fator citado por Artus é a de que medidas sejam adotadas por países emergentes para que o ingresso de capitais seja controlado. O Brasil foi o primeiro a tomar tal decisão: em outubro deste ano, o capital estrangeiro aplicado em renda fixa e ações passou a ser taxado em 2% com o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras).
Assim, Artus traça dois possíveis cenários de redirecionamento dos fluxos de capital no mundo. O primeiro prevê uma bolha nos preços de commodities, uma vez que os investidores podem enxergar tal mercado como uma boa forma de se manterem atrelados às economias emergentes.
"Mas se, por sua vez, os preços de commodities também se mostrarem excessivamente altos, os investidores poderão realocar suas posições em direção a títulos mais baratos nos EUA e na Europa, onde uma nova bolha poderia, então, surgir", prevê o analista do banco Natixis.
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