terça-feira, 16 de junho de 2009

Buy and Hold

Desacreditada, estratégia de buy and hold ainda é válida, só precisa ser revista

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
16/06/09 - 11h02
InfoMoney

SÃO PAULO - Muitas histórias de sucesso na bolsa vêm de apostas de investimento de longo prazo, que remetem à famosa estratégia de buy and hold. Grosso modo, acreditando na hipótese de que os mercados são eficientes, fica difícil para o investidor comum bater o retorno médio do mercado, por isso a melhor opção pode ser comprar determinado ativo e segurá-lo por algum tempo.

A ideia do buy and hold partiu dos estudos de Eugene Fama e Kenneth French na Universidade de Chicago. A proposição de racionalidade dos mercados sugere que todas as informações estão incorporadas nos preços, fator que torna os movimentos de curto prazo meramente aleatórios. Por isso a sugestão de apostar no longo prazo.

Na berlinda
Casos de investidores como Warren Buffett tornaram evidente a validade desta estratégia, relacionando até histórias de uma vida de investimento em determinada ação ou setor. Por outro lado, o buy and hold passou a ser questionado recentemente.

Com os solavancos que a crise embutiu nos gráficos do mercado, muitas blue chips norte-americanas voltaram para patamares de muitos anos antes. Um exemplo extremo é a ação da General Motors, que operava no menor patamar desde 1934 pouco antes do decreto de recuperação judicial da empresa. Experiências como esta, que invalidaram muitas estratégias de longo prazo, colocaram o buy and hold na berlinda.

A estratégia morreu?
De fato, a mudança abrupta na direção dos mercados comprometeu a visão da tradicional estratégia. Lá fora, alguns estrategistas passaram a bater de frente nas proposições do modelo Fama-French. Outros a defendem.

O debate foi aberto pela Motley Fool. "Buy and Hold é um grande slogan de marketing para os fundos que querem tomar seu dinheiro. Nada mais e nada menos.", acusou milionário norte-americano Mark Cuban. Para ele, os insucessos da crise provaram que a estratégia morreu.

Um novo buy and hold
Do outro lado, há quem assuma que os casos das blue chips pesam contra, mas ponderam mais a opinião. Os estrategistas da Pimco, que desenvolveram a ideia de que o mercado vive um "novo normal", acreditam que como o mercado mudou, o buy and hold precisa mudar.

Nos últimos meses, Bill Gross e Mohamed El-Erian vêm afirmando que a recuperação da economia global dará origem a um "novo normal", no qual o sistema financeiro será desalavancado, desglobalizado e re-regulado. Uma das consequências disso para os investidores é que o acúmulo de riqueza através da alavancagem, como foi feito nas últimas décadas, será muito mais difícil.

Para os estrategistas da Pimco, adaptar o buy and hold ao "novo normal" condiz com uma visão de longo prazo, cíclica e uma administração dos riscos explícita. Em relação ao longo prazo, a recomendação é olhar para frente e não para trás nas decisões, o que inclui a exposição geográfica do ativo em questão. Administração dos riscos, para El-Erian, remete a diversificação.

"Os saltos [do mercado] constituem um desafio adicional aos investidores, que testam a capacidade do investidor de segurar de fato o ativo - porque quando você experimenta uma grande jornada de saltos, há a tentação para parar de segurar o ativo na hora errada", afirmou.

4 T's
Outra opinião que ainda considera a validade da estratégia é de Tom Gardner, um dos três fundadores da Motley Fool. Gardner sugere quatro pontos básicos para o investidor que quer seguir o buy and hold nos dias atuais:

- Questões -
Temperamento - "Você aguenta assistir uma perda de 50% no valor de sua carteira por um período de dois ou três anos?"

Tempo - "Você consegue administrar dez anos de retorno zero em seus investimentos?"

Treinamento - "Você é capaz de investir em companhias públicas, diversificar seu portfólio internacionalmente, conhecendo bem os ativos que possui?"

Tendência - "Você tem a possibilidade de investir mais dinheiro em sua carteira, particularmente quando os preços estão em queda?"

Para ele, caso você não passe por esses tópicos, melhor ficar longe da estratégia de buy and hold.

sexta-feira, 5 de junho de 2009

Pregões Incríveis: a história da Black Monday, o maior tombo da história das bolsas

Pregões Incríveis: a história da Black Monday, o maior tombo da história das bolsas

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
18/05/09 - 11h15
InfoMoney

SÃO PAULO - Para quem enfrenta o dia-a-dia das bolsas, a InfoMoney conta a história das sessões mais importantes, aquelas que abalaram de alguma maneira a estrutura do mercado e sempre serão lembradas na lista dos pregões mais incríveis.

Para a matéria de estréia, vamos voltar a 19 de outubro de 1987 e lembrar da Black Monday, que muitos preferem esquecer. Conheça o contexto, causas e lições deixadas pelo maior tombo da história dos mercados até aqui.

A segunda-feira negra também é conhecido como o crash de 1987, pela magnitude das perdas. Os tombos começaram já na abertura das bolsas asiáticas e se espalharam pelo mundo. O grande destaque ficou para a variação do índice acionário norte-americano Dow Jones, que despencou 22,6% naquele dia. As origens deste crash ainda são debatidas, com diferentes teorias tentando justificar o surpreendente.

O Contexto
A economia norte-americana passava por uma transição. Vinha de um período de forte recuperação, com crescimento rápido na passagem de 1986 para 1987, mas começava a dar sinais de crescimento mais moderado da atividade, o que acompanhava uma elevação das pressões inflacionárias. De janeiro a agosto de 1987, o índice Dow Jones acumulava expressiva valorização de 44%.

As bolsas conseguiam dar sequência a um impressionante bull market que se estendia desde 1982 nos Estados Unidos. O sentimento da época se voltava à tentativa de crescimento das empresas via uma onda de aquisições. Com crescimento associado a consolidação, as companhias faziam de tudo para abocanhar rivais, se alavancando e emitindo junk bonds - títulos de dívida de elevado risco - para captar recursos.

Em 25 de agosto daquele ano, o índice atingiu seu topo histórico até então, 2.722 pontos. Mas a chegada de outubro representou para o mercado a reviravolta que a economia experimentara. Até a sessão de 16 de outubro, o índice já havia perdido 17% de seu recorde, fechando a sexta-feira anterior à Black Monday com recorde de volume negociado, queda de 4,6% e 2.246 pontos.

As causas
Na ocasião, o então secretário de Tesouro norte-americano James Baker tecera comentários a respeito do princípio da tendência de queda do preço das ações, o que fez muitos investidores reavaliarem suas posições no momento. O bull market que os mercados vinham apresentando acompanhava o boom dos computadores pessoais, que ganham força no mercado e colocam empresas do setor como as mais promissoras da bolsa na época.

A segunda-feira começava sob a pressão vendedora do final da semana anterior, que passou a questionar a alavancagem das empresas e credibilidade de seus títulos. Ainda observava os mercados asiáticos despencarem em sua abertura, com destaque para a bolsa de Hong Kong, que repercutia a notícia de que navios militares norte-americanos haviam bombardeado uma plataforma de petróleo iraquiana no Golfo Pérsico.

Program trading
Somente a iminência de um conflito entre os países já comprometia a pregão, que ainda contava com a pressão vendedora advinda da semana anterior. Até aí, tudo para uma sessão de perdas consideráveis, mas nada que pudesse justificar o movimento histórico que caracterizou a Black Monday.

De fato, ainda não há consenso para apontar as razões de tamanha queda. As proporções que levaram o índice Dow Jones a despencar 22,6%, para alguns, são explicadas pela utilização do chamado "program trading".

Com a popularização dos computadores pessoais, os grandes investidores institucionais passaram a utilizar o program trading, uma ferramenta de execução rápida de operações que, ao se deparar com as fortes baixas, ia acionando seguidas vendas para limitar perdas; uma espécie de stop loss sequencial.

Falta consenso
Outros minimizam a culpa do program trading como causador principal das baixas no dia, argumentando que Hong Kong e Austrália, mercados que também desabaram, não possuíam a ferramenta de maneira tão desenvolvida.

Também circulam teorias de que o crash foi causado, em sua maior parte, por uma crise de confiança em relação ao dólar, após a quebra da bolsa de Hong Kong e a disparidade de política monetária entre as nações desenvolvidas.

O crash de 1987 provou que, após 1929, os mercados ainda estavam expostos à possibilidade de uma quebra, de uma onda de pânico entre os investidores. Avaliando causas, contexto e conseqüência, a Black Monday evidencia o comportamento de manada do mercado, lembra dos perigos da exposição a ferramentas computadorizadas de negócio e deixa mais uma lição sobre os riscos da sobrevalorização dos ativos. Entre outras coisas, deixou de herança o desenvolvimento dos circuit breakers.

*Créditos do Gráfico à Business Week

Pregões Incríveis: os fatores por trás do crash de 1929, a onda de pânico de Nova York

Pregões Incríveis: os fatores por trás do crash de 1929, a onda de pânico de Nova York

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
22/05/09 - 11h00
InfoMoney

SÃO PAULO - Depois da maior queda da história das bolsas, Pregões Incríveis segue entre os maiores tombos já vistos. Desta vez, voltamos à crise de 1929, ao crash da bolsa de Nova York. No meio de um período de incertezas, contamos os fatos que levaram à maior demonstração de pânico que as ações assistiram.

Com o estouro da atual crise em 2007, diversos paralelos foram traçados com o crash de 1929. Algumas semelhanças são evidentes, mas há diferenças respeitáveis. Por mais que se tente, na balança, não dá para comparar os dois eventos; a história a seguir é assustadora como a crise do ano passado, mas suas consequências dificilmente serão revividas.

A prosperidade
Mais uma vez, fica a evidência que um movimento devastador do mercado é precedido por um período de esplendor. De 1925 a 1929, os mercados norte-americanos respiravam a reviravolta da economia do país. De devedores, os Estados Unidos se tornaram credores da economia mundial após a primeira guerra, eram os maiores fornecedores e financiadores da reconstrução dos países europeus que haviam sido destruídos pelos conflitos.

O preço das ações subia no ritmo das perspectivas que eram alimentadas com o país. O índice Dow Jones, naquela época na casa dos 380 pontos, vinha de cinco anos de bull market. A continuidade dos ganhos neste intervalo atraiu muitos investidores para a bolsa, o que gerou uma onda de especulação; papéis com preços surreais se comparados ao valor intrínseco dos ativos que representavam.

O caos
No pico de 381 pontos, em setembro de 1929, o Dow Jones começou a olhar para a economia e não encontrar o mesmo esplendor. Os investidores passaram a perceber que o retrato não era o mesmo, há tempo. Por volta de 1926, os países europeus começavam a caminhar sozinhos novamente, comprar menos dos Estados Unidos pouco a pouco.

Por outro lado, o esplendor interno guiou a produção industrial e agrícola dos Estados Unidos a uma expansão agressiva, mas os salários não acompanhavam este ritmo. Restrições à demanda, tanto no mercado doméstico quanto internacional. O ritmo mais lento de expansão dos salários também refletia a evolução dos métodos de mecanização da produção industrial e agrícola. O resultado não poderia ser outro: crise de superprodução.

Crash
Com muita oferta e poucos consumidores, o problema estava criado. O ritmo de desaceleração que atingiu a economia levou um pouco a ser percebido pelo mercado acionário. Os agricultores estavam estocando produção e a indústria demitia e reduzia o ritmo, gerando capacidade ociosa. O preço das ações ainda estava lá em cima.

Depois de seu pico, o Dow Jones cedeu à instabilidade. Passou dois meses de muita volatilidade, com duras baixas seguidas de tentativas de recuperação. Até chegar o pregão de 24 de outubro de 1929, o crash. Uma onda de pânico tomou conta do mercado, uma onda vendedora nunca antes vista. Naquela quinta-feira, o volume havia atingiu nível recorde, com aproximadamente 13 milhões de ações negociadas.

Mas todos vendiam e poucos compravam. Como consequência, os preços sofreram. Em 24 de outubro, o Dow Jones caiu 12,9%, com uma multidão em Wall Street e muito tumulto na NYSE (New York Stock Exchange). O investimento em ações ganhou muito em popularidade com os cinco anos anteriores de altas da bolsa, e bancos passaram a desenvolver novas ferramentas para o ingresso de novos investidores no mercado. Quando a bolha estourou, o pânico se disseminou rapidamente.

A reabertura
Ficou inviável continuar os negócios. A próxima sexta-feira (25/10/1929) abria com a ameaça de continuidade do crash. Aí então, diversos expoentes do mercado na época, entre eles, CEOs (Chief Executive Officers) de bancos como Morgan Bank e Chase National Bank - que ainda viriam a se fundir - e autoridades da bolsa. Com os recursos das instituições financeiras, a ideia era abrir o pregão com ofertas muito altas para determinadas ações, como as da siderúrgica US Steel. A estratégia tornou a sessão da sexta-feira viável.

No entanto, os jornais norte-americanos passaram o final de semana repercutindo os fatos daquele crash, que assumiram proporções dramáticas e trouxeram de volta a onda de pânico para a abertura da próxima semana. Destaque para a terça-feira negra (29/10/1929), em que membros da família Rockfeller e instituições financeiras voltaram a se unir para lançar ofertas de ações e evitar novas baixas. A estratégia não foi bem sucedida desta vez e a bolsa enfrentou nova baixa de 12%.

Assustador
No saldo desta semana, a bolsa de Nova York perdeu cerca de US$ 30 bilhões em valor, mais que o total aplicado pelos Estados Unidos na primeira guerra, dez vezes mais que o orçamento governamental norte-americano na época.

Algumas teorias limitam o peso da desaceleração econômica no crash, argumentando que a bolsa ainda não via evidências suficientes da crise econômica, apontando outros fatores como principais causadores do crash, como maior correlação com a atividade especulativa. De fato, as semelhanças com a crise atual são diversas, mas diferenças com a presença do Fed atualmente minimizam a possibilidade de consequências equivalentes.

Pudera. O mercado só conseguiu recuperar os patamares anteriores ao crash de 1929 um quarto de século depois, no final de 1954.

Cicatrizes da crise sugerem uma drástica mudança nos padrões de normalidade

Cicatrizes da crise sugerem uma drástica mudança nos padrões de normalidade

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
04/06/09 - 20h15
InfoMoney

SÃO PAULO - Muito se discute a respeito da normalização do cenário para a economia e os mercados. Alguns sinais positivos de indicadores alimentam perspectivas de recuperação, de volta à normalidade. Mas a forma com que esta crise está sendo conduzida pede um olhar mais à frente. A herança da política de gastos agressiva dos governos vai além de expectativas de inflação; pode alterar os antigos padrões de equilíbrio.

Em uma análise macroeconômica, Curt Custard, estrategista do banco suíço UBS, procura o provável para o pós-crise. Não as condições para retomada dos mercados, mas as cicatrizes que ficarão para os próximos cinco ou dez anos. Encontra um retrato bem diferente. "Há uma imensa inversão de corrente macroeconômica em andamento". Como resultado: aposta em crescimento irregular e expectativa de inflação.

Fim da moderação
Após as gestões Greenspan e Volcker, entre outros, os últimos vinte e cinco anos foram marcados por uma moderação macroeconômica na visão de Custard, que caminha para seu final. Nos últimos anos, as políticas foram conduzidas se aproveitando da oportunidade de inflação reduzida para montar um cenário de baixa regulação, em que consumidores, investidores e corporações se alavancaram.

Esta relativa liberdade resultou em algumas bolhas, como a ".com" e a crise de crédito. Desta vez, as autoridades assumiram o andamento das coisas e injetaram milhares de bilhões de dólares para revigorar a economia. A incerteza de como este estímulo sem precedentes irá funcionar deve desafiar a credibilidade dos reguladores para Custard.

Um alerta
Esta incerteza, na opinião do estrategista, deve alimentar expectativas inflacionárias, o que terá ramificações nos retornos dos investimentos. "Com a incerteza rondando futuros avanços da inflação, os investidores irão demandar um prêmio adicional pelo risco em suas aplicações", conclui.

Tomando por base o impacto desta visão sobre a demanda pela renda variável, por exemplo, fica a expectativa de pressão sobre os preços, "levando a um equilíbrio mais baixo dos retornos".

Voltando ao momento atual, os mercados acabam de passar por uma correção dolorosa, que chegou a assustar muitos investidores, que reagiram com mais emoção que racionalidade em suas decisões. Custard deixa um alerta: "as experiências reais dos investidores impactam sua disposição para tomar risco e suas futuras decisões na alocação dos recursos".

Pregões Incríveis: a maior alta da história do Ibovespa, nos 36% de 1991

Pregões Incríveis: a maior alta da história do Ibovespa, nos 36% de 1991

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
29/05/09 - 11h00
InfoMoney

SÃO PAULO - Como o último Personagens do Mercado, que trouxe a figura de um anti-herói com o caso Nahas, a terceira matéria de Pregões Incríveis também vai contra suas edições anteriores. Após dois crashs do mercado, em 1929 e 1987, desta vez vamos atrás dos grandes saltos positivos da bolsa.

Voltamos no tempo para mostrar que, apesar da atual dependência do movimento externo, as grandes oscilações da história do Ibovespa estão diretamente ligadas aos solavancos da economia interna.

Em um contexto atual de volatilidade e bruscas oscilações devido à crise, a impressionante reação da bolsa às fases de transição da economia doméstica mostra a volatilidade ao extremo.

36% de alta para a bolsa
De início, vamos analisar as raízes da maior alta em termos percentuais da história do Índice Bovespa até aqui. Imagine uma valorização de 36,05% em apenas um dia. Aconteceu em 4 de fevereiro de 1991, o primeiro dia do Plano Collor 2. Se acontecesse atualmente, puxaria o Ibovespa de volta para perto de seu recorde histórico e apagaria de uma vez os prejuízos com a crise.

Na base de pontuação atual, uma alta desta magnitude representaria ganho, em um pregão, de quase 19.000 pontos para o índice. Mas foi em outros tempos. Naquela época, o Ibovespa pulou de 47.480 pontos para 64.601, em termos ajustados, de 0,047 ponto para 0,064 ponto.

Rali de 71%
Mais impressionante que a valorização do dia em si, foi o movimento acumulado. Antes de fechar aquela segunda-feira com 36% de alta, o Ibovespa vinha de cinco valorizações consecutivas, e também impressionantes.

Na semana anterior à confirmação do plano, as expectativas garantiram altas seguidas de 11,96%, 6,18%, 6,12%, 8,00% e 3,40%. Nestes seis dias, o índice saltou 71,2% em seis sessões. No pregão seguinte, queda de 4,13%.

Um freio para a inflação
A alta veio em resposta ao anúncio do Plano Collor II. Em meio a taxas de inflação astronômicas, o mercado agia na perspectiva de efetividade das medidas de controle de preços. Para se ter uma idéia, a inflação acumulada no ano chegava a 1.198% em 1990.

A proposta básica do plano consistia em centralizar as operações de curto prazo através da criação do Fundo de Aplicações Financeiras, extinguir operações overnight e eliminar o BTNf - Bônus do Tesouro Nacional fiscal, utilizado para indexar preços.

O mais expressivo avanço da bolsa brasileira parece intimamente ligado à fase de transição da economia, mas não deixa de mencionar a participação do capital estrangeiro. Em meio à abertura do mercado nacional às importações e ao início do Programa Nacional de Desestatização, o período marcou a abertura da bolsa ao investidor estrangeiro.

Pregões Incríveis: passados 10 anos, Nasdaq ainda não se recuperou da bolha '.com'

Pregões Incríveis: passados 10 anos, Nasdaq ainda não se recuperou da bolha '.com'

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
05/06/09 - 11h02
InfoMoney

SÃO PAULO - Alguns episódios da história parecem retrato da realidade atual. Muito antes, aparecem semelhanças impressionantes com outros eventos, como se o passado já houvesse sinalizado o que estaria por vir. A bolha tecnológica que abateu os mercados na virada para este século já mostrava correlação com o passado e mostra similaridades com o presente.

Histórias de supervalorização de ativos alertam para suas consequências desde 1929; para citar o episódio mais famoso. Mostram que supervalorizações, na maioria das vezes, resultam em correções tão ou mais dolorosas. Sugerem que os fundamentos prevalecem ao longo do tempo, que preços precisam ser sustentados pelo valor intrínseco dos ativos.

Revolução
A partir da década de 1990, o mundo assistiu à impressionante evolução dos computadores pessoais, ao surgimento da internet, à ascensão de companhias que promoveram esta revolução. Casos como Microsoft, Apple, Google ou Amazon.com mostram que ideias simples podem se tornar empresas de sucesso, com ganhos inimaginados até mesmo por seus idealizadores.

O índice acionário norte-americano Nasdaq também participa desta revolução. Criado em 1971, relaciona o primeiro caso de bolsa eletrônica visto pelos mercados. Surgiu com a evolução tecnológica, do aparecimento dos computadores. Mas o boom da informática viria 25 anos depois, com a difusão dos computadores pessoais e os primeiros passos da internet.

O boom no Nasdaq
Qualquer instituição, órgão, pessoa física ou empresa queria participar desta história. Viam a possibilidade de trajetórias como a da Microsoft se repetir. Muitas empresas de private equity adquiriram participações em companhias situadas no Vale do Silício e depois abriam o capital na Nasdaq. Pequenos empresários se tornaram milionários de uma hora para outra.

O estouro de empresas listadas na Nasdaq impressiona. De 1996 a 2000, o índice passou de 600 para 5.000 pontos. No pregão de 10 de março de 2000, chegou à máxima de 5.048 pontos, quase dobrando de valor em menos de doze meses.

Nova economia
Durante este período, chama atenção a onda de fusões de empresas, com destaque para a união entre AOL (America On Line) e o grupo Time-Warner. O negócio astronômico surpreendeu pelo fato da AOL, uma empresa nova com ações supervalorizadas, abocanhar um conglomerado centenário, um ícone em seu setor. Na época, a fusão criava a quarta empresa mais valiosa do mundo.

A partir de negócios como o da AOL/Time-Warner, no início de 2000, o mundo não via mais a possibilidade da economia sobreviver sem forte associação com o plano virtual. Mas a supervalorização dos ativos passou a ser evidente. Já nos pregões seguintes ao acordo, as ações da AOL experimentaram desvalorizações fortes.

Muitas empresas vinham desde 1995 acumulando ganhos na bolsa ainda sem registrar lucros sólidos. Sem dinheiro em caixa, algumas pagavam parte dos salários dos funcionários com ações, caso da produtora de softwares Microstrategy, o que estendeu o temor para os trabalhadores do segmento.

A bolha
Pouco a pouco, os fundamentos passaram a ser questionados. O mercado percebeu que a internet de fato viria para revolucionar, mas não havia espaço para uma infinidade de companhias que estavam listadas. Algumas começaram a cair junto, outras não resistiam e quebravam com a saída dos fundos de private-equity. Para muitas, o boom do setor se provava ilusório.

Outros fatores, como o aumento da participação de produtos de origem asiática no segmento ou uma piora da economia norte-americana, que puxou os níveis de desemprego da época, tornavam os 5.048 pontos cada vez mais distantes. Em 2001, a queda das torres gêmeas consolida a tendência negativa.

Quase 10 anos depois: recuperação ainda longe
A associação com a reação dos mercados ao atentado às torres gêmeas permite alusões à realidade atual. O episódio no World Trade Center, em meio ao boom das techs, alterou a maneira como os mercados olhavam para as coisas. Chama atenção um artigo de John Schwartz no New York Times, que fala em volta de antigos valores ao relacionar o atentado com o movimento do Nasdaq.

Da margem de 5.000 pontos do pregão de 10 de março de 2000, o Nasdaq perdeu mais de 5 trilhões em valor de mercado e chegou em 1.200 pontos em outubro de 2002. Não recuperou os patamares do início do século até hoje.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Ações + Opções

Ações com opções: atual momento pode ser propício para estratégia combinada

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
03/06/09 - 11h00
InfoMoney

SÃO PAULO - No atual momento dos mercados, sobra esperança de recuperação da economia, mas ainda restam algumas incertezas. Quem não aproveitou o movimento positivo das ações desde seu início, pode se sentir inibido a entrar com tantos ganhos acumulados nos últimos meses. Aos que estão dentro, fica a dúvida se já é hora de sair diante da possibilidade de uma realização.

"No balanço entre risco-retorno, acreditamos que o mercado, aos preços atuais, tem mais a cair do que a subir", avaliou o BNP Paribas na semana passada. Como apenas o tempo fornecerá a resposta exata para estas questões, o investidor pode adotar estratégias alternativas para comprar ou vender com algum respaldo.

Além do tradicional investimento em ações, acoplar a decisão a uma estratégia de proteção pode ser ótima alternativa. "Sempre se pode combinar carteiras de opções com ações, em todas as situações de mercado", destaca o professor Leonel Molero Pereira, da Aleae Consultoria Financeira.

Delta hedge
O especialista lembra que a ferramenta de derivativos pode servir como hedge para carteira de ações, mediante a utilização do delta hedge. Basicamente, o delta hedge minimiza a exposição a possíveis variações de um ativo através da utilização de um derivativo ou outro ativo que cancele tal movimento. A estratégia pode ser comprar ações e vender opções para limitar o risco da posição inicial.

Grosso modo, o delta hedge relaciona uma estratégia para manter o delta de determinada carteira o mais próximo possível de zero; o delta representa a relação entre a variação do preço de uma opção e a oscilação do preço da ação objeto.

Travas
Para o momento atual do mercado, a incerteza em relação ao movimento dos ativos pode abrir espaço para uma operação de trava. "Recomendaria uma trava-borboleta assimétrica (operação direcional) - ou venda de volatilidade (não direcional)", aponta Molero. As travas dizem respeito a posições opostas.

Em uma trava de alta, o investidor assume uma aposta de alta do mercado. As borboletas são travas combinadas, de alta e de baixa. No caso, uma borboleta assimétrica combina três travas de alta e duas de baixa, com objetivo de que a cotação do ativo em questão fique no meio da operação. Nas borboletas simétricas, o objetivo é chegar ao valor exato do ativo no dia do vencimento da opção.

Outra estratégia citada, a venda de volatilidade (Ratio Spread), relaciona a compra de uma opção de compra de preço de exercício baixo e a venda de uma opção de compra com um preço de exercício maior em quantidade maior.

Stand acoplada, aos que querem vender
Na avaliação do BNP Paribas, a incerteza do atual ambiente dos mercados afasta a atratividade da aplicação em ações. "Não recomendamos o aumento da alocação em ações nesse momento", citaram os analistas em relatório.

Para o investidor que quiser vender sem esperar a ação atingir o preço-alvo, o BNP Paribas recomenda a estratégia Stand acoplada. "Nessa situação, o investidor vende sua posição e simultaneamente vende uma opção de venda num preço mais baixo e faz uma trava de alta com opções de compra."

A partir desta ideia, o investidor pode liquidar sua posição na ação e ainda deixar a janela aberta para participar de um eventual movimento de alta. "Por outro lado, fica obrigado a recomprar a ação se a mesma cair razoavelmente", conclui.

Dólar comercial sofre ajuste após seis quedas seguidas e fecha com alta de 2,24%

Dólar comercial sofre ajuste após seis quedas seguidas e fecha com alta de 2,24%

Por: Equipe InfoMoney
03/06/09 - 16h40
InfoMoney

SÃO PAULO - Após apresentar queda nas últimas seis sessões, o que levou o dólar comercial a atingir seu menor patamar dos últimos oito meses, a moeda se ajustou nesta quarta-feira (3), favorecida pela realização dos ganhos acumulados pelos mercados recentemente, fechando com forte alta de 2,24%, sendo cotada a R$ 1,966.

Tal tendência apresentada pelos investidores nesta sessão teve ligação direta com os indicadores preocupantes divulgados nos EUA. A maior aversão ao risco vista no dia também levou os preços das commodities para baixo, prejudicando o desempenho das ações de companhias ligadas à produção de matérias-primas.

No âmbito interno, a agenda reservou apenas os números do fluxo cambial de maio. Contudo, nova intervenção do Banco Central no mercado cambial e pronunciamento do presidente da autoridade monetária, Henrique Meirelles, também repercutiram nos negócios.

Nova compra de dólares pelo BC
Mesmo com a moeda norte-americana já apresentando valorização acentuada frente ao real pela tarde, o BC realizou nova compra de dólares em leilão no mercado à vista - a décima nona consecutiva. Segundo o Depin (Departamento de Operações de Reservas Internacionais), a operação teve início às 15h00 e terminou às 15h10 (horário de Brasília), com taxa estipulada em R$ 1,9675.

A autoridade monetária também divulgou que o total de dólares adquiridos através dos leilões realizados em maio - a partir do dia 12 - totalizaram US$ 2,748 bilhões, sendo o maior volume mensal comprado desde abril do ano passado.

Indicadores externos e fluxo cambial
Agenda econômica movimentada nos EUA. Foram divulgados os números do ADP Employment Report e do ISM Services, referentes ao mês de maio, e do Factory Orders de abril. Os números reportados apresentaram a mesma tendência: todos melhoraram em relação ao mês anterior, no entanto vieram piores do que o esperado.

Na agenda doméstica, o saldo positivo de US$ 3,134 bilhões visto no fluxo cambial de maio fez com que o total acumulado no ano invertesse o sinal negativo, que era observado até abril, atingindo um patamar de US$ 1,59 bilhão positivo em 2009.

Investimento estrangeiro não será taxado, afirma Meirelles
O Presidente do Banco Central afirmou em audiência pública realizada na Câmara que não irá taxar investimentos estrangeiros, afirmando que a maior parte do capital que está entrando no Brasil se destina a bolsas e a investimentos diretos (compra de equipamentos para empresas, por exemplo) e não para a renda fixa.

Tal resposta foi dada ao deputado Albano Franco (PSDB-SE), presidente da comissão especial que promoveu a audiência, que perguntou se a taxação estava entre as alternativas do BC para valorizar o real.

Vale lembrar que na última segunda-feira, o secretário de Comércio Exterior do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Welber Barral, afirmou que o governo estudava todas as possibilidades para não deixar que o câmbio interfira nas exportações. Dentre elas, estava a taxação de investimentos estrangeiros em títulos públicos.

IED somou US$ 2,75 bilhões em maio, diz Meirelles
Meirelles informou também que os Investimentos Externos Diretos somaram US$ 2,75 bilhões em maio, valor acima de suas expectativas, que eram de US$ 2,6 bilhões.

Confira as cotações do dólar
O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,9640 na compra e R$ 1,9660 na venda, forte alta de 2,24% em relação ao fechamento anterior. No mercado paralelo, a moeda norte-americana encerrou o dia negociada a R$ 2,3000, representando um ágio de 17,11% em relação ao dólar comercial.

Apesar desta alta, o dólar acumula desvalorização de 0,46% em junho, frente à baixa de 9,53% registrada no mês passado. No ano a desvalorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 15,88%.

Dólar futuro na BM&F também fechou em alta
Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em julho encerrou o dia cotado a R$ 1.975, forte alta em relação ao fechamento de R$ 1.933 da última terça-feira. O contrato com vencimento em agosto, por sua vez, fechou em forte alta, atingindo R$ 2.001 frente à R$ 1.950 do fechamento de terça-feira.

O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 1,9630000

FRA de cupom cambial
Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 1,28% para agosto de 2009, 0,13 ponto percentual acima do fechamento anterior.

Carteira Bradesco

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Estratégia do Bradesco em carteira de junho é priorizar nomes domésticos

Por: Equipe InfoMoney
02/06/09 - 19h10
InfoMoney

SÃO PAULO - A Bradesco Corretora divulgou a sua carteira recomendada com dez ações para o mês de junho. Em relação ao portfólio de maio, a corretora realizou duas alterações: entraram as ações da Açúcar Guarani e da Lupatech e saíram os papéis da Cosan e da Tegma.

A corretora mantém o foco de sua carteira nas companhias do setor elétrico e de telecomunicações, direcionando assim suas apostas nas empresas expostas principalmente à economia brasileira.

Comportamento da bolsa em junho
Para o mês de junho, a corretora espera forte volatilidade no mercado. Contudo, acredita que "ir contra os mercados no curtíssimo prazo é estar contra a atual predisposição dos principais bancos centrais para fornecer liquidez".

Em relação à continuação dos ganhos do Ibovespa neste mês, os analistas apresentam certa cautela. Segundo eles, os fortes ganhos vistos na bolsa brasileira foram favorecidos pelo aumento de capital estrangeiro nas negociações. "A grande incógnita para o mês de junho é saber se esse fluxo de recursos irá continuar ou se agora serão os fundamentos econômicos que ditarão o comportamento das Bolsas", afirmam em relatório.

"Após os ajustes dos últimos meses, ainda não podemos dizer que a Bolsa está cara, mas também já não pode ser considerada uma pechincha", completa a equipe de análise da corretora.

Novas premissas macroeconômicas
Dentre os dados econômicos esperados, a corretora destaca o PIB (Produto Interno Bruto) nacional do primeiro trimestre, a ser divulgado na segunda semana de junho. Segundo seus analistas, espera-se uma contração de 1,8% no período.

Das projeções revistas pela Bradesco Corretora, vale destacar a manutenção da projeção do câmbio para o final de 2009 em R$ 2,40, mesmo com a moeda tendo apresentado consecutivas quedas, atualmente abaixo de R$ 2,00. "A nossa aposta é mais orientada para o médio prazo, no sentido de que maiores ajustes serão necessários na economia antes do apetite por risco realmente decolar", afirma em seu relatório.

Confira a carteira recomendada para o mês de junho:

Empresa Código Preço-teórico Upside* Recomendação
Açúcar Guarani ACGU3 R$ 10,20 140% Alta Performance
AES Tietê GETI4 R$ 23,65 22,2% Alta Performance
ALL ALLL11 R$ 17,00 39,3% Alta Performance
BR Malls BRML3 R$ 18,50 6,8% Alta Performance
Drogasil DROG3 R$ 16,80 5,7% Alta Performance
GVT GVTT3 R$ 37,00 13,9% Alta Performance
Lupatech LUPA3 R$ 36,87 39,1% Alta Performance
Minerva BEEF3 R$ 5,10 20,9% Alta Performance
TIM TCSL4 R$ 5,10 28,8% Alta Performance
Transmissão Paulista TRPL4 R$ 54,40 19,6% Performance de Mercado
*Potencial de valorização em 12 meses, com base no fechamento de 2 de junho

Açúcar Guarani
Os fundamentos para o açúcar estão altamente positivos, apesar da queda temporária nos preços de etanol. No entanto, o início recente da safra de 2009 e 2010 deve dar suporte à recuperação dos preços do combustível.

Minerva
As empresas ligadas à comercialização de carne bovina detêm caixa suficiente para pagar a dívida de curto prazo, o que faz das ações da Minerva um investimento com poucos riscos. Outros fatores, como o País ser o único exportador de carne bovina que o rebanho está aumentando e a recuperação da demanda da região da União Europeia, fortalecem para a manutenção das ações da empresa no portfólio deste mês da corretora.

BR Malls
Os resultados recentes da companhia fortalecem a ideia da corretora de que o setor de shoppings centers é seguro, em função do contrato de longo prazo, com isso mantendo a perspectiva de melhores números nos próximos trimestres, mesmo com a desaceleração econômica. O desempenho inferior de suas ações frente à dos seus concorrentes na última semana favorece para manutenção de recomendação da corretora.

Transmissão Paulista
A empresa mantém fortes fundamentos defensivos para enfrentar a crise, devido à baixa volatilidade, ao fluxo seguro de dividendos e à não exposição à taxa de câmbio. A conclusão de um novo corte na taxa básica de juros brasileira deve impulsionar as ações da companhia, acredita a Bradesco Corretora.

AES Tietê
Assim como a Transmissão Paulista, o cenário de desaceleração econômica não deve prejudicar a segurança que os papéis da companhia proporcionam, devido ao fato de 100% de sua energia já estar vendida para a Eletropaulo até 2015. Seus dividendos trimestrais com payout de 100%, R$ 600 milhões em caixa para novos investimentos de expansão, baixa alavancagem e baixa exposição às variações cambiais favorecerem para que a corretora tenha perspectivas positivas para as suas ações.

ALL
A empresa detém uma hegemonia no sistema de transporte ferroviário brasileiro, o que lhe proporciona a possibilidade de ganhar mercado pelo modal rodoviário.

Lupatech
O desenvolvimento das áreas do pré-sal deve consumir centenas de bilhões de dólares em investimentos nos próximos anos. A empresa possui uma carteira de produtos e serviços diferenciados para as atividades de desenvolvimento e produção e uma sólida história de parceria com a Petrobras.

TIM
Com a companhia demonstrando sinais de recuperação, a corretora melhorou sua percepção diante das suas ações. Sua importante participação nas adições de clientes nos últimos meses e o anúncio da aquisição da Intelig, o que deve melhorar as margens da empresa, foram bem vistas pela Bradesco Corretora. Apesar do resultado ruim nos três primeiros meses do ano, os analistas apostam numa recuperação em suas margens no próximo trimestre.

GVT
A introdução da companhia nas cidades de Vitória e Vila Velha, aliada aos seus últimos resultados divulgados, mostra que a intenção da GVT é de ampliar a sua estratégia de penetração em novas regiões. Apesar de suas ações estarem sendo negociadas com múltiplos de endividamento sobre o Ebitda (geração operacional de caixa) em 2009 acima de seus concorrentes, a empresa possui uma perspectiva melhor de crescimento.

Drogasil
A crescente expansão da companhia é muito importante, devido ao segmento de farmácias no Brasil ser muito fragmentado, afirma a corretora. A rede de drogarias comprou 13 pontos de venda em Espírito Santo, região na qual ela ainda não tinha participação. A Bradesco Corretora destaca ainda que a estratégia de expansão da empresa vai na contramão do varejo no Brasil, que está reduzindo o número de novas lojas em relação a 2008, o que faz das ações da Drogasil uma "recomendação de alta performance convicta" para a corretora.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Falar alemão é fácil



     A língua alemã é relativamente fácil. Todos aqueles que conhecem as línguas derivadas do latim e estão habituados a conjugar alguns verbos podem aprendê-la rapidamente. Isso é o que dizem os professores de alemão logo na primeira lição.
     Primeiro, pegamos um livro em alemão, neste caso, um magnífico volume, com capa dura, publicado em Dortmund, e que trata dos usos e costumes dos aborígenes australianos Hotentotes (em alemão "Hottentotten").
     Conta o livro que os cangurus (Beutelratten) são capturados e colocados em jaulas (Kotter), cobertas com uma tela (Lattengitter) para protegê-los das intempéries.
     Estas jaulas, em alemão, chamam-se jaulas cobertas com tela (Lattengitterkotter) e, quando possuem em seu interior um canguru, chamamos ao conjunto de "jaula coberta de tela com canguru" (Lattengitterkotterbeutelratten).
     Um dia, os Hotentotes prenderam um assassino (Attentäter), acusado de haver matado a uma mãe (Mutter) hotentote (Hottentottermutter) de um garoto surdo e mudo (Stottertrottel). Esta mulher, em alemão, chama-se Hottentottenstottertrottelmutter e a seu assassino chamamos,  facilmente, Hottentottenstottertrottelmutterattentäter.
     No livro, os índios o capturaram e, sem ter onde colocá-lo, puseram-no numa jaula de canguru (Beutelrattenlattengitterkotter). Mas, incidentalmente, o preso escapou. Após iniciarem uma busca, rapidamente vem um guerreiro hotentote gritando:
     - Capturamos um assassino (Attentäter)!
     - Qual? - Pergunta o chefe indígena.
     - O Lattengitterkotterbeutelrattenattentäter - comenta o guerreiro.
     - Como? O assassino que estava na jaula de cangurus coberta de tela?, pergunta o chefe dos Hotentotes.
     - Sim - responde a duras penas o aborígene. O Hottentottenstottertrottelmutterattentäter (assassino da mãe do garoto surdo e mudo).
     - Ah, demônios! - diz o chefe.
     Você poderia ter dito desde o início que havia capturado o ottentotterstottertrottelmutterlattengitterkotterbeutelrattenattentäter (assassino da mãe do garoto surdo e mudo que estava na jaula de cangurus coberta de tela).
     Assim, através deste exemplo, podemos ver que o alemão é facílimo e simplifica muito as coisas. Basta um pouco de interesse!

Personagens do Mercado: Merton e Scholes, o Nobel por trás da queda do LTCM

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
02/06/09 - 11h00
InfoMoney

SÃO PAULO - Esta edição de Personagens do Mercado mostra que mesmo os personagens mais respeitados não estão isentos de algum revés. A história do fundo LTCM - Long Term Capital Management - é prova desta afirmação.

Dois gênios do mercado se uniram na fundação do LTCM. Myron Scholes e Robert Merton estavam por trás da fórmula Black-Scholes, com participação também de Fischer Black. Juntos, Scholes e Merton fundaram o LTCM para, entre outras coisas, aplicar a teoria que lhes rendeu o prêmio Nobel de economia de 1997.

A fórmula
O modelo Black-Scholes foi introduzido no paper de 1973 batizado "The Pricing of Options and Corporate Liabilities". Apesar de não possuir Merton no nome, sua participação no processo de elaboração do conceito é reconhecida, pois ele chegara ao mesmo resultado em outro artigo.

A fórmula de precificação de opções traz o preço justo de uma opção de compra europeia a partir dos parâmetros: preço atual do ativo objeto, preço de exercício, volatilidade, taxa livre de risco e tempo até o vencimento da opção.

O próprio Merton certa vez afirmou que o fundo "casaria a melhor teoria de finanças com a melhor prática de finanças". Com dois agraciados com o Nobel à frente e com uma equipe que ainda contava com um ex-presidente do Federal Reserve de Nova York, David Mullins, e John Meriwether, um famoso trader que chegou a vice chairman do Salomon Brothers, o LTCM tinha tudo para ter sucesso.

Teoria na prática
- Black-Scholes -
C = S. N(d1) - X. e-rt. N(d2)

- C: preço da opção de compra (call)
- S: preço do ativo no momento
- N: área sobre a curva - distribuição normal
- d1: [ ln(S/X) + (r + σ²/2) T ] / σ T¹/²
- X: preço de exercício da opção
- r: taxa livre de risco
- T: tempo até o vencimento da opção
- d2: d1 - σ T¹/²
O talento de sua equipe logo começou a colocar o LTCM como um dos fundos mais respeitados do mundo. O princípio básico era identificar spreads temporários entre as taxas de retorno oferecidas por títulos de diferentes países. No longo prazo, a ideia básica era, grosso modo, que estas taxas iriam convergir, fator que criava a oportunidade de ganhos.

Os primeiros anos renderam ao fundo uma taxa de retorno anual próxima de 40%, o que o colocou nos holofotes. Scholes explicou que a proposta era ganhar com "pequenos spreads em milhares de operações, varrendo níqueis que outros não conseguiam enxergar".

Percalço
A ascensão do LTCM foi tão espetacular quanto sua queda. A ruína veio em 1998, com a crise russa. O país havia dado calote no pagamento de seus títulos, o que gerou uma onda de confiança e migração dos investimentos em busca da segurança dos Treasuries. Com este movimento, o spread entre as taxas de juros dos títulos de diversos países em relação às notas do Tesouro norte-americano aumento exponencialmente.

Por um lado, Merton, Scholes, Mullins e a gabaritada equipe do LTCM tinham um argumento. O ocorrido na Rússia não trazia precedentes na história dos mercados emergentes até então. O calote nos títulos denominados em moeda local ocorreu antes do país não honrar suas obrigações em moeda estrangeira, o que geralmente não é previsto, tendo em vista a possibilidade da Rússia emitir sua moeda local para amenizar sua dívida.

Quebra
Diante da ameaça, o fundo foi obrigado a liquidar suas posições e provocou uma avalanche no mercado de crédito. Como uma prévia do caso atual, o Federal Reserve teve de intervir para evitar uma quebra generalizada.

Além de realizar um corte emergencial no juro básico norte-americano, a autoridade monetária articulou resgate próximo de US$ 3,5 bilhões ao fundo, com recursos de bancos que haviam investido através do LTCM. Vale lembrar que o Fed não injetou capital próprio no LTCM, apenas orquestrou a manobra com recursos de terceiros.

A iniciativa do Fed garantiu uma reestruturação do fundo, que anunciou sua liquidação no início de 2000. A importância da fórmula é inegável e não pode ser diretamente relacionada aos insucessos na gestão do LTCM. Além de um esboço do que se tornou rotina atualmente, o caso prova que até o Nobel pode tropeçar na incerteza.

Personagens do mercado: o caso de Naji Nahas e a quebra da bolsa do Rio

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
27/05/09 - 14h00
InfoMoney

SÃO PAULO - A terceira matéria de Personagens do Mercado tenta ir contra as duas anteriores. As figuras antes apresentadas, além de lições de investimento, carregam uma imagem positiva nos mercados. Mais polêmica, essa sessão conta uma das histórias mais famosas do mercado acionário brasileiro: a de Naji Nahas.

Acusado por diversas frentes, o nome de Nahas aparece na operação Satiagraha da Polícia Federal e no episódio da quebra da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, entre outros casos interessantes. O investidor fez fortuna no Brasil com operações de altíssimo risco, cuja legitimidade é questionada até os dias atuais.

A quebra da bolsa do Rio levou Nahas aos tribunais por diversas vezes, mas não conseguiu incriminá-lo. O episódio alimenta a principal rixa do mercado brasileiro, entre Nahas e o fundador da BM&F, Eduardo da Rocha Azevedo.

O desembarque
Nascido no Líbano, Naji Nahas desembarcou no Brasil com US$ 50 milhões em 1969. Menos de um ano depois, já possuía fortuna estimada em cerca de US$ 1 bilhão. Sua chegada foi atribulada desde o início, sendo que o voo que o trouxe ao Brasil havia sido sequestrado no trajeto e levado a Cuba.

A origem dos US$ 50 milhões que trazia é creditada a herança de sua família. Naquele período, Nahas se envolveu com os irmãos Hunt, famosos por controlar o mercado mundial de prata na época. A família Hunt fez fortuna no Texas ao entrar agressivamente no mercado com a prata a US$ 2 por onça e guiar a commodity para a casa de US$ 50 por onça, valorização de 2.400%. Naquela época, os irmãos chegaram a deter cerca de 10% do suprimento global. Quando liquidaram suas posições, a prata voltou dos US$ 50 para US$ 10 a onça.

A associação com os Hunt garantiu a Nahas um posto entre os maiores compradores de prata do mundo. Paralelamente, compôs um conglomerado de 28 empresas que incluía a seguradora Internacional e a maior produtora nacional de coelhos para exportação. Além de se tornar lenda no mercado financeiro, Nahas circulava entre alta sociedade, sempre ostentando.

A quebra
No mercado de ações, a postura de Nahas chamava atenção pela estratégia arrojada. As acusações apontavam que Nahas emprestava dinheiro de instituições financeiras para aplicar em ações, manipulando a valorização dos ativos realizando negócios consigo mesmo via laranjas ou corretores. Foi inocentado em 2004. Alega que a quebradeira ocorreu pela mudança nas regras de negociações, acusando posteriormente o ex-presidente da Bovespa Eduardo Rocha Azevedo de planejar sua queda.

Com suas operações, Nahas chegou, sozinho, a controlar 6% das ações da Petrobras e 10% dos papéis da Vale em circulação. O investidor defende que Rocha Azevedo fazia parte de um grupo que apostava na retração do Ibovespa, enquanto ele apostava na alta. A partir deste pressuposto, afirma que o ex-presidente da Bovespa pressionou bancos a cortarem seu crédito, o que levou à sua quebra.

Segundo a biografia de Eduardo Rocha Azevedo*, Nahas mantinha posição bem acima do limite estipulado pela BM&F, que era de 20%. As posições concentradas no Índice Bovespa futuro eram, em sua maioria, creditadas a Nahas ou seus laranjas. Com o estouro da inadimplência de Nahas, foram tomadas medidas para conter as perdas e liquidar as posições do investidor. Sua carteira foi confiscada, o que rende processo judicial até os dias atuais. Nahas pede uma indenização de R$ 10 bilhões pela perda de seus ativos. Projeta este montante com base no valor atual de portfólio.

A rixa
Na ocasião, Eduardo da Rocha Azevedo afirmou: "não tenho poderes para impedir que um investidor seja financiado por instituições financeiras. O que compete à bolsa é administrar o mercado para que as corretoras não corram risco que possa comprometer o sistema. Aí, repito que a Bovespa trabalhou com um pouco mais de prudência e evitou esse problema", declarou ao jornal O Globo, em junho de 1989.

"Sou uma vítima das pressões indevidas e ilegítimas que foram montadas no mercado visando alterar, na undécima hora, as regras do jogo referentes a operações em andamento", divulgou Nahas em nota, citada na biografia de Rocha Azevedo.

Nas palavras de Horacio de Mendonça Netto, ex-superintendente geral da Bovespa e BM&F, "Nahas possuía a incrível capacidade de aglutinar e liderar gente rica para operar com ele, e ainda levá-las a achar que o culpado era o Eduardo, o que mostra que Naji é um fenômeno".**

Em 2004, Nahas foi inocentado do processo que o acusava de manipulação do mercado e quebra da bolsa do Rio. Atualmente, roda o pedido bilionário de indenização contra a bolsa. O investidor voltou aos noticiários com a operação Satiagraha, em julho do ano passado. Chegou a ser preso sob acusação de participar de um esquema de desvio de verbas públicas e crimes financeiros. Entre os presos na operação estavam o banqueiro Daniel Dantas, dono do Opportunity, e o ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta.

* "Eduardo da Rocha Azevedo - a Bovespa e a BM&F", de Ângela Ximenes, Editora Contexto
** Trecho retirado da biografia citada

Personagens do mercado: as lições de Warren Buffett, o oráculo de Omaha

Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
21/05/09 - 11h15
InfoMoney

SÃO PAULO - A segunda matéria da série Personagens do Mercado não consegue fugir do óbvio. Após falar de Benjamin Graham, a InfoMoney conta a história do investidor mais famoso do mundo, o mais bem sucedido; traz um pouco da vida de Warren Buffett.

As lições e o jeito simples tornam Buffett um ícone dos mercados. Aos 78 anos, o "oráculo de Omaha" fala e os mercados escutam. Qualquer decisão por ele anunciada, por si só, já parece garantir o retorno para a Berkshire Hathaway. Buffett fala, os mercados assumem.

Mais do que um caso de sucesso, a vida de Buffett é uma lição valiosa. Seus valores, ideias e iniciativas ultrapassam as cifras que conquistou na bolsa. Desta vez, Personagens do Mercado conta uma história de vida.

Os primeiros passos
Desde criança mostrava extrema habilidade com números. Fazia diversas operações matemáticas de cabeça, o que chama atenção até hoje. Uma das frases mais conhecidas de Buffett já se aplica ao seu primeiro investimento. "A primeira regra é não perder dinheiro. A segunda regra é nunca esquecer a primeira regra".

Conta-se que aos seis anos, Buffett, que era filho de um operador de mercado, comprava garrafas de Coca-Cola na venda de seu avô e as revendia com pequeno ágio. Seu primeiro contato com a bolsa, no entanto, veio através da companhia Cities Service. Aos onze anos, Buffett comprou três ações preferenciais da empresa, por US$ 38 cada.

Seu primeiro investimento em ações, que havia sido realizado em conjunto com sua irmã Doris, parecia ir por água abaixo. Logo após a compra, o valor das ações caiu para US$ 27. Sem esquecer sua primeira lição, Buffett revela a segunda já aos onze anos. Esperou, até vender suas três ações a US$ 40 cada. Paciência é uma virtude também nos investimentos. Ainda assim, Buffett parecia jovem demais para perceber que o papel tinha potencial para chegar a US$ 200, como chegou.

Paciência
O caso da Cities Service foi apenas uma introdução do que seria o perfil de investimento de Warren Buffett: foco voltado ao longo prazo. O próprio Buffett chegou a confirmar que analisou o balanço da Anheuser-Busch por 25 anos antes de comprar a ação da empresa.

No momento em que a comprou, não se importou muito em avaliar o preço que estava pagando, afinal, seus esforços se baseavam de maneira geral na análise do que estava comprando. " Compre uma empresa, não uma ação."

Contato com o Value Investing
Mas Buffett saberia como ninguém adquirir ações também por preços atrativos. Sua maneira de administrar períodos de crise lhe rendeu boa parte de sua fortuna. Voltando à importância de se ter paciência, Buffett chega a esperar anos para comprar uma ação abaixo de seu valor intrínseco.

Esta ideia remete a seu mentor, Benjamin Graham. Voltando à sua história, aos dezessete anos Buffett se formou no ensino fundamental e partiu, por vontade de seu pai, para uma faculdade. Após cursar dois anos na Universidade da Pensilvânia e largar os estudos, tentou ingressar em Harvard. Foi rejeitado, considerado jovem demais. Partiu para a Universidade de Columbia, onde teve contato com Graham.

Apesar de sua vocação natural, os ensinamentos de Benjamin Graham podem ser considerados como ponto crucial para a história de Buffett nos investimentos. Ao conhecer os conceitos do value investing, passou a segui-los à risca. Aos 21 anos, Buffett foi acompanhar Graham também em sua empresa, após muitos esforços para conseguir o tal emprego na Geico, que muito depois viria a ser comprada pela Berkshire Hathaway.

Buffett Associates
Entre as diversas lições deixadas por Buffett, uma vai contra um princípio comum a alguns investidores. Buffett preferia alguma concentração dos investimentos, não optando por uma total diversificação. "Uma diversificação ampla só é requerida quando os investidores não entendem o que estão fazendo".

A partir das próprias experiências e do conhecimento adquirido com Graham, passou a voar sozinho. Em 1956, criou a Buffett Associates, junto com suas irmãs e outros parceiros. A pequena companhia conseguia, em seus primeiros anos, um retorno próximo de 250%, em um intervalo que o índice Dow Jones havia acumulado valorização de 74%.

Buffett se tornou celebridade em sua região. Ainda assim, sempre se negou a oferecer qualquer dica de investimento a seus amigos, quando solicitado. Sempre reconheceu a importância dos ensinamentos do mentor Graham.

Berkshire: de US$ 10 a US$ 92.000
Com 35 anos, Buffett finalmente chegou ao controle da Berkshire Hathaway, uma empresa do ramo têxtil que também vendia seguros. Buffett considerava a administração da companhia muito fraca no momento, e acumulou 49% de suas ações ordinárias para se autodeclarar diretor.

Na ocasião da aquisição, as ações da Berkshire Hathaway valiam menos de US$ 10 cada, isto em 1965. No fechamento da última segunda-feira (18), as mesmas ações valiam US$ 92.000 cada. Hoje, a Berkshire se tornou uma holding que possui participações importantes em companhias como Coca-Cola, Gillette, American Express, Conoco Phillips e, recentemente, bancos como Wells Fargo e Goldman Sachs.

Em 2007, Buffett confirmou em sua carta aos acionistas que o único investimento que a Berkshire vinha mantendo em moeda estrangeira era no real, desde 2002. Naquele ano, a divisa norte-americana se desvalorizou em cerca de 17% ante a brasileira. Os investimentos em reais renderam aproximadamente US$ 2,3 bilhões a Buffett.

O mesmo de 50 anos atrás
Além de sua estratégia de investimentos, Buffett chama atenção por seu estilo de vida. Apesar de bilionário, mantém muitos dos costumes de sua juventude. Ainda mora na cidade de Omaha, na mesma casa adquirida 50 anos atrás, por aproximadamente US$ 31 mil. Aos 78 anos, afirma que deixará de herança a seus filhos o necessário para que façam o que quiserem, mas façam alguma coisa. Buffett se comprometeu, em 2006, a doar aproximadamente 85% de sua fortuna para a Fundação de Bill Gates, o que representa o maior ato filantrópico da história.

As histórias de Buffett fazem um mercado sofisticado para muitos parecer simples. Entre tantas estratégias, a visão do oráculo de Omaha lembra do conceito clássico de investimento, de buscar valor, de focar o longo prazo.

Os números falam por si. Em 2008, Buffett perdeu aproximadamente US$ 25 bilhões com a crise internacional. Sem este dinheiro, ainda é considerado o segundo homem mais rico do mundo e o investidor mais bem sucedido de todos, com uma fortuna estimada em US$ 37 bilhões [dados de 2009 da Forbes].

- Algumas frases memoráveis -
" Não é possível fazer um bom negócio com uma pessoa ruim "

" Preço é o que você paga, valor é o que você tem "

" O que os sábios fazem no princípio, os tolos fazem no fim "

" Você deve investir num negócio que até um idiota poderia dirigir, porque algum dia um idiota o dirigirá "

" Wall Street é o único lugar para onde as pessoas vão de Rolls-Royce pedir conselhos a quem pega o metrô "

" Alguém está sentado na sombra hoje porque alguém plantou uma árvore há muito tempo "

"Compre uma empresa, não uma ação"