quarta-feira, 3 de junho de 2009

Dólar comercial sofre ajuste após seis quedas seguidas e fecha com alta de 2,24%

Dólar comercial sofre ajuste após seis quedas seguidas e fecha com alta de 2,24%

Por: Equipe InfoMoney
03/06/09 - 16h40
InfoMoney

SÃO PAULO - Após apresentar queda nas últimas seis sessões, o que levou o dólar comercial a atingir seu menor patamar dos últimos oito meses, a moeda se ajustou nesta quarta-feira (3), favorecida pela realização dos ganhos acumulados pelos mercados recentemente, fechando com forte alta de 2,24%, sendo cotada a R$ 1,966.

Tal tendência apresentada pelos investidores nesta sessão teve ligação direta com os indicadores preocupantes divulgados nos EUA. A maior aversão ao risco vista no dia também levou os preços das commodities para baixo, prejudicando o desempenho das ações de companhias ligadas à produção de matérias-primas.

No âmbito interno, a agenda reservou apenas os números do fluxo cambial de maio. Contudo, nova intervenção do Banco Central no mercado cambial e pronunciamento do presidente da autoridade monetária, Henrique Meirelles, também repercutiram nos negócios.

Nova compra de dólares pelo BC
Mesmo com a moeda norte-americana já apresentando valorização acentuada frente ao real pela tarde, o BC realizou nova compra de dólares em leilão no mercado à vista - a décima nona consecutiva. Segundo o Depin (Departamento de Operações de Reservas Internacionais), a operação teve início às 15h00 e terminou às 15h10 (horário de Brasília), com taxa estipulada em R$ 1,9675.

A autoridade monetária também divulgou que o total de dólares adquiridos através dos leilões realizados em maio - a partir do dia 12 - totalizaram US$ 2,748 bilhões, sendo o maior volume mensal comprado desde abril do ano passado.

Indicadores externos e fluxo cambial
Agenda econômica movimentada nos EUA. Foram divulgados os números do ADP Employment Report e do ISM Services, referentes ao mês de maio, e do Factory Orders de abril. Os números reportados apresentaram a mesma tendência: todos melhoraram em relação ao mês anterior, no entanto vieram piores do que o esperado.

Na agenda doméstica, o saldo positivo de US$ 3,134 bilhões visto no fluxo cambial de maio fez com que o total acumulado no ano invertesse o sinal negativo, que era observado até abril, atingindo um patamar de US$ 1,59 bilhão positivo em 2009.

Investimento estrangeiro não será taxado, afirma Meirelles
O Presidente do Banco Central afirmou em audiência pública realizada na Câmara que não irá taxar investimentos estrangeiros, afirmando que a maior parte do capital que está entrando no Brasil se destina a bolsas e a investimentos diretos (compra de equipamentos para empresas, por exemplo) e não para a renda fixa.

Tal resposta foi dada ao deputado Albano Franco (PSDB-SE), presidente da comissão especial que promoveu a audiência, que perguntou se a taxação estava entre as alternativas do BC para valorizar o real.

Vale lembrar que na última segunda-feira, o secretário de Comércio Exterior do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior), Welber Barral, afirmou que o governo estudava todas as possibilidades para não deixar que o câmbio interfira nas exportações. Dentre elas, estava a taxação de investimentos estrangeiros em títulos públicos.

IED somou US$ 2,75 bilhões em maio, diz Meirelles
Meirelles informou também que os Investimentos Externos Diretos somaram US$ 2,75 bilhões em maio, valor acima de suas expectativas, que eram de US$ 2,6 bilhões.

Confira as cotações do dólar
O dólar comercial fechou cotado a R$ 1,9640 na compra e R$ 1,9660 na venda, forte alta de 2,24% em relação ao fechamento anterior. No mercado paralelo, a moeda norte-americana encerrou o dia negociada a R$ 2,3000, representando um ágio de 17,11% em relação ao dólar comercial.

Apesar desta alta, o dólar acumula desvalorização de 0,46% em junho, frente à baixa de 9,53% registrada no mês passado. No ano a desvalorização acumulada da moeda norte-americana já chega a 15,88%.

Dólar futuro na BM&F também fechou em alta
Na BM&F, o contrato futuro com vencimento em julho encerrou o dia cotado a R$ 1.975, forte alta em relação ao fechamento de R$ 1.933 da última terça-feira. O contrato com vencimento em agosto, por sua vez, fechou em forte alta, atingindo R$ 2.001 frente à R$ 1.950 do fechamento de terça-feira.

O dólar pronto, que é a referência para a moeda norte-americana na BM&F Bovespa, registrava R$ 1,9630000

FRA de cupom cambial
Por fim, o FRA de cupom cambial, Forward Rate Agreement, referência para o juro em dólar no Brasil, fechou a 1,28% para agosto de 2009, 0,13 ponto percentual acima do fechamento anterior.

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