Cicatrizes da crise sugerem uma drástica mudança nos padrões de normalidade
Por: Roberto Altenhofen Pires Pereira
04/06/09 - 20h15
InfoMoney
SÃO PAULO - Muito se discute a respeito da normalização do cenário para a economia e os mercados. Alguns sinais positivos de indicadores alimentam perspectivas de recuperação, de volta à normalidade. Mas a forma com que esta crise está sendo conduzida pede um olhar mais à frente. A herança da política de gastos agressiva dos governos vai além de expectativas de inflação; pode alterar os antigos padrões de equilíbrio.
Em uma análise macroeconômica, Curt Custard, estrategista do banco suíço UBS, procura o provável para o pós-crise. Não as condições para retomada dos mercados, mas as cicatrizes que ficarão para os próximos cinco ou dez anos. Encontra um retrato bem diferente. "Há uma imensa inversão de corrente macroeconômica em andamento". Como resultado: aposta em crescimento irregular e expectativa de inflação.
Fim da moderação
Após as gestões Greenspan e Volcker, entre outros, os últimos vinte e cinco anos foram marcados por uma moderação macroeconômica na visão de Custard, que caminha para seu final. Nos últimos anos, as políticas foram conduzidas se aproveitando da oportunidade de inflação reduzida para montar um cenário de baixa regulação, em que consumidores, investidores e corporações se alavancaram.
Esta relativa liberdade resultou em algumas bolhas, como a ".com" e a crise de crédito. Desta vez, as autoridades assumiram o andamento das coisas e injetaram milhares de bilhões de dólares para revigorar a economia. A incerteza de como este estímulo sem precedentes irá funcionar deve desafiar a credibilidade dos reguladores para Custard.
Um alerta
Esta incerteza, na opinião do estrategista, deve alimentar expectativas inflacionárias, o que terá ramificações nos retornos dos investimentos. "Com a incerteza rondando futuros avanços da inflação, os investidores irão demandar um prêmio adicional pelo risco em suas aplicações", conclui.
Tomando por base o impacto desta visão sobre a demanda pela renda variável, por exemplo, fica a expectativa de pressão sobre os preços, "levando a um equilíbrio mais baixo dos retornos".
Voltando ao momento atual, os mercados acabam de passar por uma correção dolorosa, que chegou a assustar muitos investidores, que reagiram com mais emoção que racionalidade em suas decisões. Custard deixa um alerta: "as experiências reais dos investidores impactam sua disposição para tomar risco e suas futuras decisões na alocação dos recursos".
Em uma análise macroeconômica, Curt Custard, estrategista do banco suíço UBS, procura o provável para o pós-crise. Não as condições para retomada dos mercados, mas as cicatrizes que ficarão para os próximos cinco ou dez anos. Encontra um retrato bem diferente. "Há uma imensa inversão de corrente macroeconômica em andamento". Como resultado: aposta em crescimento irregular e expectativa de inflação.
Fim da moderação
Após as gestões Greenspan e Volcker, entre outros, os últimos vinte e cinco anos foram marcados por uma moderação macroeconômica na visão de Custard, que caminha para seu final. Nos últimos anos, as políticas foram conduzidas se aproveitando da oportunidade de inflação reduzida para montar um cenário de baixa regulação, em que consumidores, investidores e corporações se alavancaram.
Esta relativa liberdade resultou em algumas bolhas, como a ".com" e a crise de crédito. Desta vez, as autoridades assumiram o andamento das coisas e injetaram milhares de bilhões de dólares para revigorar a economia. A incerteza de como este estímulo sem precedentes irá funcionar deve desafiar a credibilidade dos reguladores para Custard.
Um alerta
Esta incerteza, na opinião do estrategista, deve alimentar expectativas inflacionárias, o que terá ramificações nos retornos dos investimentos. "Com a incerteza rondando futuros avanços da inflação, os investidores irão demandar um prêmio adicional pelo risco em suas aplicações", conclui.
Tomando por base o impacto desta visão sobre a demanda pela renda variável, por exemplo, fica a expectativa de pressão sobre os preços, "levando a um equilíbrio mais baixo dos retornos".
Voltando ao momento atual, os mercados acabam de passar por uma correção dolorosa, que chegou a assustar muitos investidores, que reagiram com mais emoção que racionalidade em suas decisões. Custard deixa um alerta: "as experiências reais dos investidores impactam sua disposição para tomar risco e suas futuras decisões na alocação dos recursos".
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